A Generosidade!
A generosidade, em grego makrothymia,
também é uma expressão
da fonte.
A generosidade se expressa na paciência que temos
com nós
mesmos e com os outros.
Evoca imagens tais como uma alma ampla, um coração grande,
um espaço amplo que existe dentro de nós.
Mas aqui também nos confrontamos com o fato de existirem
pessoas mais
generosas por natureza,
enquanto outras tendem mais à rigidez e à pusilanimidade.
Mas, independente de nossas predisposições,
é tarefa nossa entrar em contato com a fonte de
generosidade.
Aquele que se encontra equipado com essa generosidade ou
quem a adquiriu mesmo irá desperdiçar menos energia com os conflitos que fazem
parte do cotidiano de cada um.
Podemos comparar tal
fato com um recipiente pequeno e outro maior.Quando esquento leite em uma panela pequena, este ferverá e
transbordará em pouco tempo; uma panela maior permitirá que ele se
expanda.
Pessoas que possuem um coração pequeno aborrecem-se com
qualquer coisa,não sabem lidar com os outros, com opiniões e comportamentos
diferentes.
Aborrecem-se com tudo e todos e se queixam alegando que a
vida é muito dura.O seu coração pequeno
lhes rouba muita energia.
Explodem em relação a tudo que excede o seu pequeno
horizonte,
perdendo muito de sua força interior.
Um coração maior permite se locomover no mundo sem
gastar tanta energia.
Muitas coisas cabem dentro de um coração grande.
Ele pode ser generoso e sereno.
Um coração mais amplo é um refúgio da reflexão e da
superioridade.
O espírito precisa da amplidão para refletir e meditar.
Quando se encontra em um espaço pequeno acaba girando sempre em torno dos mesmos pensamentos.
Apenas um horizonte mais amplo permite enxergarmos o que há
de novo e este tipo de abertura liberta o espírito.
A pergunta, no entanto, seria:
Como alcanço tal generosidade?
Como posso aproveitá-la enquanto fonte de força interior?
Segundo São Bento, o caminho para tal envolve
um encontro verdadeiro com nós mesmos, o autoconhecimento.
Não se trata de um auto-exame forçado.
O autoconhecimento precisa andar de mãos dadas com um olhar
generoso para a nossa realidade pessoal.
Apenas quando me despeço da ilusão de que posso me tornar
tão perfeito como imaginei um dia serei capaz de desenvolver tal
generosidade também em relação a
mim mesmo.
Um coração mais amplo é muito mais capaz de transmitir algo aos outros do que um coração pequeno.
Neste sentido, o ato de alargar o próprio coração não apenas
uma questão de psico-higiene ou de um bom clima social,
e sim uma tarefa espiritual constante.
E isto exige vigilância e sensibilidade.
Anselmo Grum com adaptações de Laridani